O vinho da panela
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- Categoria: desmistificando
Você descobre uma receita sensacional, que leva vinho, entre os ingredientes. Na prateleira do supermercado, vem aquela dúvida: qual vinho levar?
Nessa hora, um pensamento insiste em nos atormentar: “mas é só para cozinhar...” Aí, é importante lembrar que o vai para a panela é o que vai, também, para o prato.
Você escolheu a cebola machucada, ou aquela que estava bonita? Você vai usar óleo de milho para refogá-la ou azeite de oliva? Então, vamos pensar, também, no vinho...
Um vinho que você consideraria desagradável para beber, também será desagradável como ingrediente.
Se o papel do vinho na receita, por exemplo, é contrabalancear os componentes gordurosos daquele prato, um vinho pobre em acidez simplesmente não vai cumprir o seu papel, na panela.
Outro exemplo: se o vinho estiver ali somente para marinar algum ingrediente, sem ser usado no cozimento, o resultado será melhor se o vinho for notadamente aromático.
Então, um vinho pobre, ou desequilibrado, tornará seu prato, também desequilibrado.
Por outro lado, não faz o menor sentido utilizar, na culinária, aquela preciosidade que você guarda para os melhores momentos da vida, ou para os melhores amigos. Seria, sem sombra de dúvida, um desperdício inútil cozinhar com um vinho caríssimo. Até porque, vale frisar, o cozimento altera o vinho, principalmente se a exposição dele às altas temperaturas for prolongada.
Então, use seu bom senso. Não estrague aquele risoto, feito com tanta dedicação, para economizar no vinho. Mas o vinho da Ilha da Madeira, utilizado no molho do seu filé, não precisa ser mais velho que o seu convidado!
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